segunda-feira, 14 de junho de 2010

A UTILIZAÇÃO DO VÍDEO NA EDUCAÇÃO

ATIVIDADE 3: SEMINÁRIO VIRTUAL – DVD
DISCIPLINA: MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
MEDIADORA: NÍVIA PEREIRA MASERI DE MORAES
ALUNA: LUDOVINA MORAIS DE OLIVEIRA SILVA.



A UTILIZAÇÃO DO VÍDEO COMO UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA

“O jovem lê o que pode visualizar, precisa ver para compreender. Toda a sua fala é mais sensorial-visual do que racional e abstrata. Lê, vendo”.
José Manoel Moran

Considerando que a civilização atual vive mergulhada no ritmo alucinante do mundo das imagens onde a experiência televisiva faz parte do cotidiano de professores e alunos, sendo notório o contato que os jovens de hoje estabelecem com a televisão e com o vídeo, fruto de sua vivência doméstica, se faz necessário repensar o papel da escola com relação a esses meios de comunicação e a sua ação junto à sociedade. Se o objetivo é formar cidadãos críticos capazes de reelaborar o mundo de informações advindas desses meios de comunicação, é preciso estar criticamente atento a todo e qualquer conteúdo veiculado pelos meios de comunicação de massa.

Moran destaca que os educadores precisam observar o que está acontecendo nos meios de comunicação e mostrá-lo na sala de aula, discutindo-o com os alunos, ajudando-os a que percebam os aspectos positivos e negativos das abordagens sobre cada assunto. Porém, o que percebemos é que o uso do DVD ou vídeo, assim como as outras mídias, refletem todo paradigma educacional de transmissão de conhecimento na qual está pautada a educação ainda vigente na maioria das escolas, permitindo quase nenhuma possibilidade de transformação de informação em conhecimento, de construção individual de saberes.

Sabemos ser ilusório esperar que as tecnologias dêem conta de problemas educacionais que estão diretamente ligados à transmissão do conhecimento, mas como parte integrante da hipermídia, esses recursos apresentam-se como aliados na construção da escola que pretendemos, pois suas ações interferem diretamente na relação professor/aluno através da contextualização, da transdisciplinaridade, da propagação de idéias e especialmente do diálogo em diferentes linguagens. Por esse motivo, o sistema educacional não pode prescindir do reforço nas novas e velhas mídias, e, dentre elas, a televisão e o DVD (Digital Vídeo Disc).

Então, quais são as potencialidades e limitações do uso do DVD no contexto do 2º Ciclo do Ensino Fundamental? E, que tipo de ações o professor pode tomar para dinamizar a sua utilização na sala de aula?

O vídeo e a televisão estão estreitamente vinculados e por esse motivo, contam com diferentes possibilidades de uso. Destacamos aqui o papel do professor, como aquele que deve introduzir, segundo Belloni, tanto “questões éticas (conteúdos e mensagens) quanto aspectos estéticos (imagens, linguagens, modos de percepção, pensamento e expressão)” realçando-se a necessidade de alfabetização tecnológica, neste caso, para uso específico de televisão e do vídeo.

Em síntese, o professor é um elemento ativo na prática educativa, cuja dinâmica poderá minimizar as limitações e potencializar as ações para o uso do DVD com o objetivo de integrar e interligar a escola à realidade dos alunos.

Moran nos alerta para a necessidade de se estabelecer pontes entre o vídeo e as “dinâmicas da aula”, porque o “vídeo na cabeça dos alunos, significa descanso e não aula". Para não perder o foco do conteúdo, o professor precisa planejar muito bem o vídeo a ser trabalhado, gerenciar o processo para que o meio alcance os objetivos propostos, seja sensibilizar, ilustrar, simular, produzir, avaliar ou integrar. O vídeo provoca no aluno interesse pelo tema como também propicia conhecimento e/ou informações sobre o conteúdo trabalhado, sendo esse o momento que o educador leva o educando a estabelecer correlações entre os conteúdos do tema abordado, as imagens veiculadas e a realidade.

Então, a partir daí, alguns dos propósitos da utilização pedagógica do vídeo podem ser identificados, tais como:

  • Estimular a formação de um telespectador crítico;
  • Levar o educando a descrever, refletir e contextualizar as imagens mostradas;
  • Estimular o pensar, a fala e o exercício da cidadania;
  • Aguçar o olhar do educando para uma maior exploração e compreensão da cena texto.
O educador só precisa ter o cuidado de não transportar para os filmes a responsabilidade que é sua e somente sua: a de educar. Reflexões, debates e empenho são fundamentais para o sucesso do trabalho.

Concluímos que, seja qual for o caminho para a utilização do DVD ou vídeo, deve-se considerar um aluno autônomo, e, para tanto, é necessário que o processo comunicacional por trás desta mídia ocorra em via de mão dupla. Os alunos devem ser receptores, mas também produtores de seus vídeos, sendo-lhes garantido o direito à veiculação de suas produções, fazendo a ponte e contextualizando as informações de forma a tornar o conhecimento eficaz para o educando promovendo a almejada transformação educacional. Nesse passo, é necessário manipular, operar, experimentar a expressão da idéia, da emoção, gerar histórias com imagens, sons, vivenciar o processo.

A compreensão crítica cresce a partir do conhecimento, da experimentação e da aquisição da autonomia que, conseqüentemente, estimula, contextualiza e torna mais agradável a construção de saberes.

BIBLIOGRAFIA

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 7ª ed., Campinas: Papirus, 2003.

MORAN, José Manuel, O vídeo na sala de aula. Acesso em 09 de Outubro de 2009. Disponível em http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm.

FERRÉS, J. Pedagogia dos meios audiovisuais e pedagogia com os meios audiovisuais. In: Sancho, J. (org.) Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: Artmed, 1998

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